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        PRANTO DE 
        MÉNON POR DIOTIMA 
          
        
        Todos os 
        dias saio em busca de algo diferente, 
        
        Demandei-o 
        há muito por todos os atalhos destes campos; 
        
        Além nos 
        cumes frescos visito as sombras, 
        
        E as 
        fontes; o espírito erra dos cimos para a planície, 
        
        Implorando 
        sossego; tal como o animal ferido se refugia nas florestas, 
        
        Onde antes 
        repousava pelo meio-dia à sua sombra, fora de perigo; 
        
        Mas o seu 
        verde abrigo já lhe não dá novas forças, 
        
        O espinho 
        cravado fá-lo gemer e tira-lhe o sono, 
        
        De nada 
        servem o calor da luz nem a frescura da noite, 
        
        E em vão 
        mergulha as feridas nas ondas da torrente. 
        
        E tal como 
        é inútil à terra oferecer-lhe a agradável 
        
        Erva 
        curativa e nenhum zéfiro consegue estancar o sangue que fermenta, 
        
        O mesmo me 
        acontece, caríssimos! Assim parece, e não haverá ninguém 
        
        Que possa 
        aliviar-me da tristeza do meu sonho? 
        
          
        
        Elegias 
        
        Tradução 
        de Maria Teresa Dias Furtado       
         
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